sábado, 24 de janeiro de 2015

A minha fonte de inspiração? As pessoas!


A crónica é um género de escrita ainda hoje de difícil definição.
Começou por ter como tema acontecimentos históricos narrados por ordem cronológica e foi-se transformando, com o evoluir dos tempos, em textos personalizados de comentário e análise das mais diversas situações do quotidiano. Um quotidiano abordado a partir duma perspectiva pessoal em que a formação académica, prática profissional ou conhecimentos específicos do cronista são relevantes, quer no estilo adoptado, quer nos conteúdos escolhidos.
Por se tratar de textos curtos publicados em meios de comunicação social de grande divulgação e terem uma periodicidades intensa, têm habitualmente uma linguagem simples, despretensiosa e mesmo colonial.
Nem sempre o fiz, admito!
Contemporaneamente, a crónica tende a ser mais dissertativa do que narrativa, quer dizer, preocupa-se mais em discorrer ou mostrar um ponto de vista ou uma perspectiva particular sobre um acontecimento, um facto ou até um sentimento, do que descrevê-lo simplesmente.
Vem este arrazoado a propósito de ter em meu poder - umas publicadas e outras por editar - mais de mil crónicas.
Ao longo de tantos anos a escrever, dizem-me que construo textos que interessam às pessoas mas também que são úteis. Dizem-me também, que aquilo que escrevo suscita reacções, identificações, reflexões e até decisões relevantes de quem as lê. Fico imensamente feliz, por isso!
Deixem-me partilhar convosco a minha grande fonte de inspiração: as pessoas.
As pessoas com quem me cruzo na vida social, laboral e na rua. O que as pessoas dizem, as suas interrogações, preocupações e reflexões. As suas distorções e inquietações, as suas mágoas e vitórias, as suas queixas, as suas formas de lidar com os problemas e resolvê-los, os seus momentos de satisfação e gloria.
São as pessoas vulgares, as suas sensações, emoções e sentimentos que tento captar e trazer até vós na esperança de que nas costas dos outros vejamos as nossas.




Joaquim Maneta Alhinho