Olho, neste pôr do sol, o caminho já
andado e vejo uma paisagem infinita de palavras. De palavras escritas, de
palavras ditas que brotaram das fontes de onde nascem as madrugadas. Nunca
escrevi um texto desprendido de emoção. Jamais escreverei uma linha que não suba
a Serra da Arrábida, nem desça ao Rio Sado. Tantas páginas, tantos textos que
me desnudam o peito. É no silêncio onde guardo as coisas por dizer. A minha
caneta está ligada ao meu coração e escrevo com os dedos da alma. Escrevo os
dias que fomos, os tempos que somos. O amor que partilhei e reparti por
personagens sem fim, que se me entregaram, a quem me entreguei em tempestades
de paixões. Este desfile de palavras continua a nascer desta sede imensa que
apenas se sacia na própria vida. E sei, quando o meu sol desaparecer no
horizonte para as noites infinitas dos meus dias, que este Rio Sado se
aconchegará no oceano de todas as palavras criadas e naquelas que faltam
inventar. Escrevo porque amo a vida.
Vivo porque amo escrever!
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