terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Eu e Jorge Jesus



Eu fui colega do Jorge Jesus, ambos oriundos do Sporting CP, dispensados para o GD Cova da Piedade.
Eu era ainda um Júnior e ele já Sénior e pela mão do Técnico Professor Gama, rumámos até à Margem Sul do Tejo.
No sorteio de início de época quis a sorte de o ter como companheiro de quarto, o que me facilitava imenso, pois sempre foi o meu despertador privado: «Acorda Alhinho!!!»
Aparte o facto de termos sido colegas de clube (ao qual escrevi uma crónica, que anexo) não vejo motivos palpáveis para uma Condecoração de tão elevado gabarito. São estas as glórias do nosso país?
E os nossos cientistas, os nossos professores, os nossos médicos, artistas, compositores, escritores, cantores, etc...
Sr. Presidente, estou tão baralhado que já não sei quem descobriu o Brasil, se Pedro Alvares Cabral ou o Jorge Jesus? Ainda por cima comparado ao Infante D. Henrique? Tenha pena dos portugueses e não os sujeite a tão grande infâmia.




Existe um mundo só meu - Joaquim D'Aboim

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

LABIRINTO


 Labirinto

Já ganhei e perdi as despesas desta vida
agora sou apenas eu
mais um, aqui parado nesta esquina
ainda ontem vi o mundo desabar sobre mim
e de repente sem querer
  lutei, mas esqueci-te.

Já tentei, mas esquecer-te foi só em sonho
 perdoa-me meu amor porque ainda te amo
neste ringue, desta luta, uma guerra em vão
  penso nunca trair o meu próprio coração.

Procuro na cidade o teu olhar
e não o consigo encontrar
 neste labirinto de seguir ou voltar
alguém vai sair a perder
e o outro vai sair a ganhar.

Entre os ganhos e percas
sem piloto a comandar
o comboio passa na linha
na lentidão do caminhar.

Neste castigo sem lei
fui buscar estrelas na lama
naufraguei o meu coração
nas ondas loucas da cama

De madrugada sem sono
sem luz nem amor
mordi os brancos lençóis
tive saudades, chorei…


Joaquim Maneta Alhinho
30/12/2019



sábado, 21 de dezembro de 2019

BASTA - Joaquim Maneta Alhinho

BASTA


Por um longo tempo tentei que a chama não apagasse a luz do nosso caminho.
Caminhei por valados, estradas sinuosas e poeirentas, apenas
para te proteger dos "galifões" sugadores e da noite fria dos teus traumas, aceitando o sabor amargo da atrocidade e da solidão imposta.
Queria falar baixinho como crianças dormindo, mas esta casa é gelada no Inverno e nela existe um Inferno.
E no inferno que me povoa o corpo e a mente, tive que dizer BASTA, porque os restos da vida sofrida por onde tenho caminhado, existe um lamaçal de imposições e atentados à liberdade desumanos que até pecam por excesso.
Fica com a tua luxúria das roupas de várias cores e dos perfumes de vários odores, que eu fico com a minha escrita e os meus livros.
Fica sem medos. Tenta no mínimo ser feliz. Vai, que eu vou também… Não pelo mesmo caminho que tu, mas do outro lado da estrada.
Vou para o lado onde as vozes contam histórias, impressionam, emocionam e amam-me como sou.
Vou para o lado daquele mundo que talvez não seja tão duro, que fala de cultura e possui liberdade.
Já agora, fica descansada que não deixarei mais migalhas de pão em cima da mesa da cozinha e não haverá mais nenhuma gota de água no espelho da casa de banho.
Sabes, a humildade é a escada por onde sobem as outras virtudes…


Joaquim Maneta Alhinho
17/Dezembro/2019