Preciso de encontrar o caminho para voltar a sorrir. Sempre
tive um sorriso aberto, franco e leal.
De felicidade, até…
Passei muito tempo a conviver com o sucesso, meu e o dos
outros. Porque sempre achei que quando um amigo estava feliz e tinha sucesso,
eles eram meus também.
Fiz amigos, construí uma vida, amei muito. Sempre soube que
dar amor trazia de volta a felicidade. Fiz o possível para manter a minha família
comigo: filhos, esposas, pais e sogros.
Quanto aos últimos, fui cuidador até aos seus últimos
suspiros. Alguns até, terminaram o seu ciclo de mão dada comigo.
Penso que as percas ao longo da minha vida, fizeram-me
valorizar muito o que de bom a vida me dava.
Sempre encarei a vida de frente, peito aberto, disposto a viver
com alegria, mesmo quando todos me avisavam: “Não dá. É muita carga para ti.
Desiste…”
Sempre tive disposição para ser feliz que é o segredo para encontrar
a beleza da vida. Olhar as coisas e ver o lado positivo, negar o negativismo.
Fui feito para sorrir, para brincar, para ter e fazer algum
projeto que me deixava extremamente apaixonado: ter metas e cumpri-las. Ter fé
e nunca desacreditar que o melhor da vida estaria guardado para mim, para nós,
para todos vós, que vivem neste mundo carregado de incertezas.
Mas agora, com total honestidade, não me sinto nada feliz; o meu
sorriso murchou e o meu sol interior entrou em eclipse, fiquei aqui no meio da escuridão.
A vida fugiu de mim. Sinto que, já não tenho a força e o alento para
prosseguir. Já perdi os meus filhos, as esposas, os meus pais, os meus sogros e
até os animais de estimação.
Tudo o que vive tem que morrer um dia, eu sei!
Mas a dor e o sofrimento não acabam. Tanta mentira e tanta
traição, meu Deus…
Tudo tem um fim. Agarro-me à minha fé, mas ela fraqueja, sentindo-me
solto como quem vai cair num abismo. Num buraco sem fundo, em queda
desesperadamente livre, sem apoio, sem entender o porquê dos passos que dei.
Sinto medo, até pânico da vida que me assola.
Eu nasci para lutar. E continuo a minha luta. A maioria das
vezes, inglória. Os mortos amados já não vão voltar. Envelheço e entristeço-me.
Já não encontro as metas para seguir, nem espaço para sorrir. Os meus sorrisos,
agora são doloridos e sofridos.
Por onde andam os meus antigos sorrisos? Morreram também…Não
acredito!
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