segunda-feira, 16 de agosto de 2021

O Amar e o Armar

 

O brilho da aurora nos olhos de quem ama, é um presente, uma dádiva de Deus.

Viajar com o amor no coração equivale a viver com um sol no peito.

É o mesmo que portar a essência das estrelas num sopro vital. Significa respirar o subtil no sentimento e comungar pensamentos que só alguém na mesma sintonia perceberá.

O amor forma laços vitais entre as pessoas.

Porém, muitas vezes algumas pré-disposições internas (filhas do passado mal resolvido emocionalmente) interferem, formando barreiras e separando-as sem que o motivo real seja detectado. Outras vezes, é apenas o ego sabotando o carinho e tirando das pessoas o seu melhor: a capacidade de enternecer o coração.

Muitas destroem o carinho por demandas do ego negativo e passam a fazer do relacionamento uma disputa de poder. Confundem o amor com dependência alienante e a própria arrogância com força de vontade. Corrompem o amor com posturas teimosas e encapam o coração com camadas de auto-defesa e armam as suas vidas com carradas de ironias. Parecem firmes por fora, mas perderam postura por dentro.

Para aqueles que disputam a supremacia sobre o outro, há um preço alto a pagar: perde-se o brilho da aurora do amor nos olhos. No entanto, de que adianta empertigar a cabeça e parecer auto-suficiente emocionalmente por fora, se por dentro o coração está cercado pelas trevas da insegurança e os olhos já não brilham mais?

Ah, meus amigos!  Parecemos crianças nos relacionamentos. Magoamo-nos  facilmente e perdemos o presente do amor. Pensem no seguinte: relacionamento é ancoragem. Espíritos afins ancoram-se mutuamente no coração e assim os laços vitais são formados. Essa ancoragem é necessária para que os parceiros possam evoluir juntos. No entanto, muitos fogem desse presente e armam trincheiras cheias de explosivos emocionais  junto do próprio coração.

Parecem estar presentes no relacionamento, mas estão prontos para detonar as bombas a qualquer instante.

Nesse caso, há que se perguntar: qual é a sintonia entre amar e se armar? É possível colher flores tranquilamente em terreno minado? É possível ouvir a sinfonia do amor no meio do trovejar de canhões emocionais?

Como nós  somos tão complicados na arte do amor! Sem o brilho da aurora do amor nos seus olhos que luz poderá guiar os seus caminhos no mundo sem brilho? Com o peso do passado incomodando (consciente ou inconscientemente) e espetando o presente com as suas repercussões insólitas no campo afectivo, o que será o futuro do coração?

Flores ou trincheiras? Música ou o espocar das armas emocionais ensurdecendo o coração? O crescimento dos parceiros ou aquela constante tensão surda solapando a ternura? Trocar o brilho da aurora do amor nos olhos pelos vulcões emocionais de uma aventura comandada pela escuridão do ego. Dar valor apenas à forma carnal (refém do tempo, pois todos envelhecem) e não perceber o brilho real além das aparências é apenas iludir-se com o transitório.

A paz nos relacionamentos está nesse brilho. Pensem nisso: o brilho que não tem idade e não depende da forma…

O brilho que permite a comunicação silenciosa entre os parceiros…

A aurora que encontra a aurora nos olhos do parceiro, os pensamentos que eliminam a distância e os corações que se admiram mutuamente são frutos desse brilho. Sem esse brilho, o que existe é apenas o turbilhão das paixões desencontradas e as suas agonias.

Podemos estar magoados com o fim de algum relacionamento, mas tudo passa e as trevas da dor da perda serão naturalmente transcendidas pela aurora do amor.

Banhem-se na luz eterna. Fechem os olhos e pensem na luz branca brilhante que permeia  tudo. Preencham o coração com essa luz. Tornem-se essa luz. Sintam-se presentes nesse brilho.

O amor é um presente da luz…Um presente de Deus!

Vamos fazer para que sejamos mais felizes?


                                       


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