quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Fui bem enganado

 

Um homem e uma mulher que nunca se tinham cruzado na vida, colidem com os seus automóveis.

As duas viaturas ficam completamente destruídas, mas nenhum deles ficou ferido. Ambos conseguem sair dos seus veículos, sem o mínimo sinal de pânico.

Ao olharem-se, a mulher diz ao homem:

- «Eu não acredito nisto,  tu és um homem...  Eu sou uma mulher...

E agora.... agora olha bem para os nossos carros... Estão completamente destruídos, felizmente nenhum de nós ficou ferido.

É um sinal...  O destino fez com que nós nos encontrássemos, deveríamos ficar amigos, viver juntos e em paz para o resto dos nossos dias!»

Ele respondeu de pronto:

- «Estou completamente de acordo,  deve ser um sinal dos deuses.»

A mulher continua:

- «Olha... Parece impossível, pois vejo ainda aqui outro milagre...  O meu carro está completamente destruído mas, a garrafa de Wysque de 79, que eu tenho no interior, não se partiu.  O destino deve querer que façamos um brinde para celebrar este feliz encontro...»

A mulher recupera a garrafa de Wisque e entrega-a ao homem.

Ele, emocionado com o gesto de gentileza da mulher com quem acabou de ter um acidente, delicadamente abre a garrafa e bebe com sofreguidão metade do wisque, como se de um anúncio de água mineral se tratasse. O malte escorria da sua boca, passando pela camisa branca que se ia tornando transparente com tanto liquido.

De seguida, olhando para a mulher, estende a mão e entrega-lhe a garrafa.

A mulher, pega na garrafa, acariciou-a em movimentos sensuais capazes de trazer à vida um morto, realçando as curvas do seu corpo escultural, através do seu vestido justo de tecido fino que deixava a nu, as minúsculas peças interiores, baixando-se lentamente sem tirar os olhos dele... Os seus movimentos eram dignos de uma deusa, descendo pelo ar, até se encontrar de joelhos no chão... Estava já ao nível da cintura do homem que, apenas minutos antes tinha acabado de conhecer.

Estende a sua mão, molha os lábios vermelhos e sem cerimónias pega, através dum movimento delicado, mas calculado ao mínimo detalhe, na rolha que tinha caído no chão e coloca-a na garrafa sem beber uma gota do seu wisque...

O homem ainda com o liquido a escorrer suavemente pelo corpo, com os mamilos visíveis pela transparência da sua camisa, combinava com o sol que brilhava com esplendor.

De repente perguntou:

- «Então tu não bebes...?!»

Ela responde:

- «Não...  Eu vou esperar que a polícia chegue.»




sábado, 4 de setembro de 2021

O conto "A cigarra e a formiga" versão Portugal

 

A burra da formiga trabalha no duro o ano todo, constrói a sua casa e acumula provisões para o Inverno.

Enquanto isso, a cigarra passa os dias no ginásio, no café ou a arranjar as unhas de gel.

As noites são no “Biba la Noche” com as amigas.

Chegado o inverno, a formiga refugia-se em casa onde tem tudo o que precisa até á primavera.

A cigarra, cheia de frio e de fome, vai ao programa da Cristina queixar-se que não é justo que a formiga tenha direito a casa e comida quando outros, com menos sorte que ela, passem frio e fome. O público diz que é uma vergonha.

A CMTV não perde a oportunidade e faz um directo à porta de casa da formiga, passando imagens da formiga ao quentinho com a mesa cheia de comida.

O povo fica revoltado ao saber que o seu país, dito desenvolvido, deixa sofrer a pobre cigarra enquanto que outros andam a viver à grande e à francesa.

É organizada uma marcha de apoio à cigarra.

É feito um episódio especial do Prós e Contras - RTP onde se questiona, como é que a formiga enriqueceu às custas da cigarra. De um lado da bancada, os defensores da igualdade (pró-cigarra), do outro lado, os sem-coração, que defendem a egoísta e insensível formiga.

Em resposta às mais recentes sondagens. O governo preparou uma lei sobre a igualdade económica com efeitos retroactivos (desde o verão)

Os impostos da formiga aumentam consideravelmente e ainda incorre numa multa por não ter prestado assistência à cigarra. Os descontos da segurança social também sobem, de modo a ser justamente partilhados com a cigarra.

A casa da formiga é penhorada pela finanças por não ter conseguido pagar os impostos.

A formiga, decepcionada, faz as malas e emigra para um país onde o seu esforço seja reconhecido e onde possa desfrutar dos frutos do seu trabalho árduo. 

A antiga casa da formiga é convertida numa habitação social para cigarras.  Irresponsavelmente, não param de fazer filhos e  vivem de doações de comida, cerveja e coca-cola. O pouco que recebem dos descontos da formiga mal dá para os bens essenciais, como por exemplo ténis da Nike. A casa deteriora-se por falta de manutenção.

O governo é fortemente criticado pela falta de meios colocados à disposição da cigarra, que vive agora em condições quase desumanas.

A oposição propõe uma comissão de investigação multipartidária
que custará milhões de euros.

Entretanto a cigarra morre de overdose.

Os jornais e TVs garantem que a morte da cigarra se deveu à falta de apoio social por parte do governo, que falhou em acabar com as desigualdades sociais e a injustiça económica.

A casa acaba por ser ocupada por uma família de aranhas imigrantes, traficantes de droga que aterrorizam a vizinhança.

O governo felicita-se pela diversidade cultural existente no país.

Viva Portugal do deixa andar. Pois claro!