segunda-feira, 11 de maio de 2015

O amigo como inimigo


                                                                                      
Se ficamos mais decepcionados com os nossos amigos do que com os inimigos é porque esperamos receber o bem dos amigos e o mal dos nossos inimigos. Nem sempre, porém, as coisas funcionam assim, pois não? É por esta razão que se previne de que, por vezes, um amigo comportasse como um inimigo e o inimigo age como um amigo.
Quando é que uma censura ou repreensão pode ser um sinal de amor?
O amor não tem só a ver com beijos e palavras doces. O amor, por vezes, obriga-nos a censurar um amigo ou um filho e pode correr o risco de parecer desagradável, condenatório e crítico. Podemos até vir a perder amigos pela nossa sinceridade ao nos expressarmos. Contudo, se não advertirmos os amigos a respeito do que andam a fazer, especialmente se é algo que lhes possa causar dano, então que tipo de amigos somos nós?
Uma censura aberta é também um sinal de que o nosso amor não assenta em ilusões e fingimentos, mas baseia-se na verdade e na confiança.
 Qual pode ser o resultado da confrontação entre amigos?
A imagem do ferro a aguçar-se com o ferro sugere um benefício recíproco. Uma amizade posta à prova por verdadeiro confronto melhorará não apenas a qualidade da amizade, mas também estimulará e fortalecerá a personalidade de ambos. As respectivas armas ganharão mais eficácia. Acabaremos por ficar mais apetrechados para lutas futuras. As pessoas que se refugiam em si mesmas e unicamente nas suas ideias pessoais, e nunca se confrontam com o desafio de opiniões diferentes, não se desenvolverão no conhecimento, nem no carácter.
Já alguma vez recebeu uma censura por alguma coisa que poderia realmente provocar-lhe dano?
Imagine que não recebia advertência nenhuma a tal respeito. Tendo isto em mente, se tivesse de fazer o mesmo em relação a outra pessoa, como poderia fazê-lo de maneira redentora, em vez de maneira condenatória e crítica?

Qual é o seu nível pessoal de abertura e de transparência naquilo que diz? Que nível de desconexão há entre as suas palavras e os seus pensamentos? Acha realmente que uma tal duplicidade pode ser mantida indefinidamente?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.