sábado, 30 de dezembro de 2017

Não hesite!

Dentro de alguns dias, um Ano Novo vai chegar a esta estação.
Se não puder ser o maquinista, seja o seu mais divertido passageiro.
Procure um lugar próximo à janela e desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer, com o prazer de quem realiza a primeira viagem.
Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.
Procure apreciar a viagem da vida, observando cada arbusto, cada riacho, a beira das estradas e os tons coloridos da paisagem.
Desdobre o mapa e planeie roteiros.
Preste atenção em cada ponto de paragem ou a cada estação e fique atento ao sinal da partida.
E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou, não hesite! Desembarque nela os seus objectivos, os seus sonhos...

Espero que a viagem pelos dias do próximo ano, sejam de qualidade, conforto e alegria.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

As palavras e o relógio



As palavras que ficam por escrever irei colocá-las num testamento, junto com os objectos que são a minha paixão: um CD do Leonard Cohen que o meu filho Bruno me ofereceu, a fotografia da minha esposa de azul vestida, a guitarra acústica Ibânez que a viúva de um amigo me ofertou, os livros que escrevi que pouca gente leu, o CD que gravei que pouca gente ouviu, as cartas de um baralho por abrir, por não saber jogá-las e a caneta que o meu filho me prendou num dos meus aniversários, reservada para assinar o meu documento de resignação, se tinta ainda tiver.
Sempre tive uma relação conflituosa com o meu relógio. Melhor, com esse adorno que agora confino a uma gaveta da minha mesa-de-cabeceira. A gaveta é útil para a medicação, as horas também o são sempre que delas tiro o partido das minhas alegrias, em jeito das memórias. E, quando os ponteiros são como pássaros dados ao vento, caem as folhas do meu calendário, os homens inscrevem a sua história com nome de séculos e os nomes das coisas afogam-se nas páginas dos dicionários. A mim, aqui junto das letras que ninguém lê – até ao dia da sua celebração, sem censores ou negritude sobre os olhares -, bastam-me o delírio da imaginação e a consolação dos meus humanos apetites.

Há pouco a campainha tocou, era o carteiro: tinha uma notificação das Finanças (pensei que seria por não ter declarado a gaiola da caturra, que nunca teve inquilino), mas só amanhã abro a carta. A máquina deu sinal de que a roupa estava lavada, onde a minha camisa predilecta estava ainda baloiçando, essa que uso sem gravata. A relação conflituosa com o meu relógio alivia-me da percepção de que, afinal de contas, aquilo que mais me incomoda são os espelhos: quando aparo as sobrancelhas, ao limpar o pó da moldura que faz lembrar a minha infância. E corro desenfreado adentro do sonho, atiro, como o pregão do velho amolador, palavras contra as portas da minha casa, enquanto os objectos do meu desejo são rostos sem nome onde as rugas fazem lembrar a entranha duma árvore. Um destes dias vou morar, numa gaveta mais comprida daquela onde o meu relógio repousa. Pode acontecer que alguém me faça companhia na viagem, nem que sejas tu ou vocês a quem as minhas mãos oferecem as palavras que ficaram por dizer. Dentro em breve, vou atrasar as horas, vou tirar proveito do conhecimento das leis celestes, mas com o problema irresolúvel de não me sentir pecador.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Antologia de Poesia Contemporânea Portuguesa

Apraz-me registar que pelo 3.º ano consecutivo vejo um dos meus trabalhos em poesia serem distinguidos e publicados na Antologia de Poesia Contemporânea Portuguesa, levada a cabo pelo Gonçalo Martins, da Chiado Editora.
O poema seleccionado que vai virar letra de fado denomina-se por «Fadistagem» e será publicado entre muitos outros num livro com o titulo "Entre o Sono e o Sonho".
Excelente iniciativa cuja Gala está aprazada para meados de Setembro, num dos Hoteis de Lisboa ainda por definir.



terça-feira, 1 de agosto de 2017

Fátima desmascarada...Fátima nunca existiu!


Os caminhos para a relação de cada ser humano será o da aceitação, por decorrências de lugar, de educação ou de adequação ao tempo; o outro será o da permanente tentativa para encontrar uma razão para sistematizar o problema do nascimento da nossa muito específica realidade, para se assumir uma linha de rumo que não esbarre na não resposta.
O primeiro grupo tem a vida facilitada. Nascer e morrer num registo rotineiro perante uma qualquer religião é cómodo, não nos cria problemas de consciência, não nos coloca perante interpelações. É o princípio da felicidade pela ignorância. Normalmente há uma circunstância que se observa no dia em que aparece a interrogação e a consequência é deixar de acreditar.
A Igreja Católica, em que nos confessamos de forma critica para que a cada dia não fique tudo na mesma, foi-se construindo através de sucessivas teocracias. A ameaça do “turco”, a salvação da alma através das maiores atrocidades, a implicação de um poder que fez de Roma uma Santa Sé transformada em Estado, provocaram a reinvenção dos artifícios rituais e das limitações individuais que, mesmo depois de se ter confrontado com a realidade científica, continua a significar inflexibilidade.
A Santíssima Trindade, em que quero acreditar, porque a fé é o nível superior da razão, não se confrontou, até ao século XIII, com a necessidade de Santos, com a reconfirmação alucinatória de aparições e de invenções. Ou seja, nos primeiros séculos do cristianismo ninguém tentou incorporar oficialmente os deuses pagãos no cristianismo, ninguém fez Santos para assomar militância à relação única com Deus através de Jesus.
Os templos marianos que existem pelo mundo não carecem da invenção das aparições ou das intervenções de Nossa Senhora. Nem Lourdes sustenta as visões de Bernardette Soubirous, nem Santa Maria de Montserrat transportou a Himler, em 1940, a bênção que impediria a 2.ª Guerra Mundial, nem a Virgem de Meritxell voltou ao lugar onde teria sido encontrada por três vezes, nem Nossa Senhora del Pilar apareceu ao apóstolo Santiago. E há, ainda, a leitura da devoção a Maria Santíssima de forma profundamente colonial, com a consagração da natividade da Virgem da Aparecida, através de uma história infantil contada pelos padres José Alves Vilela e João de Morais e Aguiar, no século XVIII, ambos da Companhia de Jesus.
Fátima é um templo mariano. Basta-se com essa consideração. Elevar Maria é mais importante do que a expiação do corpo através de sacrifício pelos joelhos sacrificados em sangue. Fátima é um espaço mágico que não carece de histórias pueris para se afirmar, que se impõe pela necessidade de uma recolha individual perante a intercessão de Maria perante Deus.
As aparições, os segredos e, agora, as canonizações, são um atentado à nossa inteligência e à nossa fé. Porque as exposições históricas nos indicam o primarismo dos relatos, porque a existência de um testemunho consagrado por três crianças ignorantes nunca se poderia cumprir. Fátima foi construída, nas suas fundações, num tempo de complementaridade com um regime, era necessária uma narrativa que a fizesse acrescentar medo, obrigações e demissões de cidadania.
Neste mundo não há milagres por apelo a anteriores viventes terrenos e não há, por isso, Santos.
Quanto aos ditos “pastorinhos”, o Francisco era atrasado mental, a Jacinta uma menina doente que só sabia dizer sim ou não. A Lúcia foi aconselhada pela mãe de dizer o que lhe aconselhara o prior da aldeia. Estava proibida de falar em espelhos.
Este ano não se observaram 100 anos da primeira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos; não se verificou qualquer cumprimento de aniversário de uma mensagem que alguém inventou; não pode, sequer, transformar-se a visita papal na criação de mais dois lugares na constelação dos Santos. O que hoje se impõe é que Fátima se reinvente, que seja o local de acolhimento perante Deus, que quem continua a seguir uma linha de procura de um ser superior seja levado a uma inteligente opção pela fé.
O papa Francisco, mesmo que a contragosto, veio a Fátima. Fez a sua parte. Não como Bispo de Roma, mas como Chefe de Estado da burocracia vaticanista.
Fátima é um negócio como tantos outros sustentados numa mentira.




terça-feira, 4 de julho de 2017

Taberna do Trinca Boletas

Na «Taberna do Trinca Boletas» existem sempre histórias novas para contar, no intervalo entre um copito e uns torresmos.
- Ó «Trinca Boletas» olha só o que assisti no aeroporto quando fui visitar a minha filha ao Brasil.
- Mestre Manel, não me diga que foi algum atentado?
- Nada disso, escute!
“Uma funcionária da TAP, em Lisboa, deveria ganhar um prémio por ter sido esperta, divertida e ter atingido o seu objectivo, quando teve que lidar com um passageiro que o que merecia mesmo, era voar no porão da bagagem!
Um voo sobrelotado da TAP foi cancelado.
Uma única funcionária, atendia e tentava resolver o problema de uma longa fila de passageiros.
De repente, um indivíduo irritado passou por toda a fila, atirou o bilhete para cima do balcão e disse:
- Eu tenho que ir neste voo, e tem que ser em Primeira Classe.
A funcionária respondeu:
- O Sr. desculpe, terei todo o prazer em ajudá-lo, mas tenho que atender estas pessoas primeiro, pois estão pacientemente na fila, há algum tempo. Quando chegar a sua vez, farei tudo para poder satisfazê-lo.
O passageiro, irredutível, disse bastante alto para que todos na fila ouvissem:
- Você por acaso, faz alguma ideia de quem eu sou?
Sem hesitar, a funcionária sorriu, pediu licença, pegou no microfone e anunciou:
- Atenção, atenção, por favor!!!
A sua voz ecoou por todo o terminal, e ela continuou:
- Encontra-se junto deste balcão, um passageiro que não sabe quem é, devendo estar perdido!
Se alguém for parente, responsável pelo mesmo, ou puder ajudá-lo a descobrir a sua identidade solicitamos que compareça no balcão da TAP. Muito obrigada!
Com as pessoas atrás dele, rindo desalmadamente, o homem olhou furiosamente para a funcionária, rangeu os dentes e disse, gritando:
- Vou-te *****!!!
Sem pestanejar, ela sorriu e disse:
- Desculpe, meu caro senhor, mas, mesmo para isso, vai ter que esperar na fila.”

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Livro PURINAPAKOVA em Filme

FORTES probabilidades da história desta freira em clausura, vir a dar em FILME.
Vou aguardar...
Sou um homem com os pés no chão e nunca gostei de embandeirar em arco.



quinta-feira, 4 de maio de 2017

O Vaticano reconhece veracidade no livro «PURINAPAKOVA»

O reconhecimento!

Aquando do lançamento deste meu último livro, recebi do Papa Francisco este postal acompanhado com um ofício em que o Vaticano reconhece como verídicos os factos narrados no livro «PURINAPAKOVA».
Encontra-se no espólio literário e histórico do Vaticano na qualidade de “Livro – Documento – Facto Real”.

É uma honra…




sábado, 22 de abril de 2017

Livro PURINAPAKOVA, dia 6 de Maio, em ALMADA

Naquela que será a última Sessão de Apresentação dos livros «Paixões Complicadas» e «Purinapakova», careço mesmo da vossa presença amiga.
Uma noite com literatura e muita musicalidade, em pleno centro da cidade de Almada.
Ainda é cedo, mas estou a contar com todos os amigos e os inúmeros conterrâneos que vivem no Laranjeiro, Feijó, Cova da Piedade e Almada.





domingo, 9 de abril de 2017

Dia 6 de Maio - Livro PURINAPAKOVA, em Almada

Em Maio é que vou ver quem são os meus verdadeiros amigos...
Na qualidade de escritor tenho-me deslocado a quase todas as Fnacs de âmbito nacional a promover o meu último livro: PURINAPAKOVA.
Como diz o ditado «santos de casa não fazem milagres», e a Fnac que nunca respondeu às solicitações da minha Editora, nem às da minha agente, foi a de Almada.
Diz o povo que ao fecharem-nos uma porta que se abre uma janela e foi na realidade o que aconteceu.
A Câmara Municipal de Almada, através do seu pelouro cultural dirigido pelo vereador António Matos escancarou essa grande janela, a quem desde já agradeço toda atenção dispensada.
Estamos a um mês do evento, que se vai realizar no dia 6 de Maio, no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada.
Gostava de contar com todos os amigos, os conterrâneos de Vila Boim e das gentes da Margem Sul do Tejo.
Vou ter oradores de luxo e cantores de renome nacional e internacional que fazem questão de ser meus amigos.
Agende já este acontecimento cultural e musical com entrada livre.



terça-feira, 21 de março de 2017

Zaga Carreira vai lançar CD «Mensagens Cantadas»

Será que poderei contar convosco?
Penso que sim...
Quando criei a figura do ZAGA CARREIRA foi com o objectivo de ser uma personagem de um guião e que seria o fio condutor dos bastidores da vida artística.
Ás vezes as personagens "lutam" com o seu criador. E este tem garra. Tem fibra! Uma obra de arte, digo eu!
Entretanto, esta figura do Zaga Carreira insistiu tanto comigo que acabou por me convencer a editar um CD.
Consultei a família, os amigos e até os inimigos e todos foram unânimes em aconselhar: - «Bestial. Tens potencial...Vai em frente!»
Sendo assim, munido de grandes Compositores e Mestres, como o amigo Dino Balula, Rui Machado e o Antonio Bizarro foi possível escrever e musicar 12 temas inéditos que acima de tudo pretendo não me envergonhar a mim próprio, nem os meus amigos e público em geral.
Num dos temas será uma honra dar voz a um original da autoria do Paco Bandeira.
Para meados deste ano, contarei com a vossa ajuda. Pode ser?





domingo, 19 de março de 2017

Esquecido

Permitam-me que partilhe convosco esta letra da minha autoria que em breve será canção, já registada na SPA?
Então aqui vai...Tirem as ilações que acharem por pertinentes.
Esquecido
Criei dez filhos
dez crianças inocentes
brincavam e estudavam
pobres mas contentes.
Quantas lágrimas chorei
trabalhando com ardor
de enxada na mão
até o Sol se pôr.
Todos foram crescendo
criados com muito amor
hoje vivem nas cidades
esqueceram o progenitor.
Refrão (2 vezes)
Sei que estou velho
esquecido nesta casa
tão triste e só
está partida a minha asa.
Instrumental
Sei que atrapalho
não sou como outrora
sinto-me doente
está a chegar a minha hora.
Dez filhos criei
com muita devoção
agora estou abandonado
de bengala na mão.
Peço a Deus que me leve
vai ouvir…Eu sei que vai
pois tenho dez filhos
e nenhum cuidou do pai.
(Repete Refrão + 2 vezes)
Letra: Joaquim Maneta Alhinho
Música: Rui Machado 


sexta-feira, 10 de março de 2017

Dos filmes pornográficos a pastora de igreja

Crystal Bassette, conhecido nome da indústria pornográfica norte-americana, levava uma vida de excessos. Gastava o salário anual de quase 300 mil euros em festas, álcool, roupa e carros desportivos. Depois de participar em mais de 100 filmes pornográficos, a norte-americana decidiu mudar de vida e hoje tem a sua própria igreja, onde é pastora.
Crystal, de 33 anos, natural de Clay, em Nova Iorque, foi mãe aos 16 anos. Com o filho bebé, Justin, nos braços, a mulher queria dar a melhor vida possível à criança. Começou a trabalhar como dançarina, ma o ordenado não chegava. Foi abordada por um agente de actores pornográficos, que lhe garantiu que conseguiria fazer fortuna. No entanto, depressa percebeu que o dinheiro não era tudo. "Lembro-me que depois da primeira cena que gravei fui tomar banho e fiquei duas horas no duche a chorar. Só voltei a participar noutra cena um mês depois. A pouco e pouco, foi-se tornando num emprego normal, das 09h00 às 17h00. Deixava o meu filho na escola e ia fazer filmes pornográficos", conta Crystal. Com muitas ofertas de trabalho, e a ganhar quase 300 mil euros por ano, depressa entrou em espiral descendente. Começou por investir numa mansão. Depois em carros de luxo. Logo a seguir começou a gastar uma fortuna em roupas, álcool e festas. Em Maio de 2014 sofreu um acidente de viação e, a conselho da irmã, decidiu visitar uma igreja local. Foi aí que foi "salva" pelo pastor e actual marido, David. "Senti que Deus estava a falar directamente para mim e quis mudar", revela a ex-actriz porno. A mudança não foi, no entanto, imediata. "Tinha um contrato a cumprir e ainda tive que fazer mais duas cenas. Custaram-me muito, porque então tinha a certeza que não era a vida que queria. Já tinha encontrado o meu caminho", conta Crystal. Mal terminou a carreira no entretenimento para adultos, casou com David e estudou para se tornar assistente judicial. Mas o chamamento de Deus falou mais alto. "Eu e o David resolvemos abrir a nossa própria igreja, a Igreja Novos Começos na Vida Cristã, em Fulton, Nova Iorque. Queremos inspirar outras pessoas", afirma Crystal Bassette.

"Olho para o meu passado e não posso dizer que me arrependa. Foi isso que me tornou na pessoa que sou hoje. Se eu tivesse sido professora não ajudava pessoas como ajudo hoje. Foi Deus que me mudou. A mim e à minha vida", conclui a ex-actriz pornográfica.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Um dia acontece a qualquer um de nós. Duvidam?



Estava esta manhã a ver passar o cortejo Carnavalesco das crianças em Azeitão e sentou-se ao meu lado um individuo da minha idade, quando inesperadamente desabafou assim:
 - Ainda a semana passada, tinha tudo! Um cozinheiro para as refeições, o meu quarto estava limpo, as minhas roupas lavadas e passadas e tinha um tecto para me abrigar equipada com TV, Internet, Sala de Desportos, Piscina, Biblioteca e até podia estudar...
Perguntei-lhe: Então amigo, o que é que se passou? Desemprego? Droga? Álcool? Mulheres? Jogo?
 - Não, não... Saí da prisão!
- Mas cometeu algum crime para ter estado preso?
- Não amigo, não sou um criminoso. Sou viúvo, reformado já há alguns anos e por causa de um filho fiquei na miséria. Coloquei tudo o que tinha em seu nome e ao juntar-se com a namorada correram comigo de casa. Deixaram-me na rua com a roupa que tinha no corpo.
A dormir na rua e a viver da mendicidade, dirigi-me a um polícia e disse-lhe para me prender.
O agente respondeu-me: - Senhor, não tenho razões para o prender. Não fez mal a ninguém…
Eu insistia com o agente da autoridade para me prender porque não tinha onde dormir nem onde comer e insisti que me prendesse, mas em vão.
Desesperado com fome e sem descansar sentia-me fraco e quase a desfalecer.



De repente, num acto impensável peguei numa pedra e lancei-a ao vidro de um Banco, partindo-o em pedaços.
Aí, o agente da autoridade algemou-me e levou-me para a esquadra, depois para o tribunal e posteriormente para a cadeia.

Ajoelhei-me aos seus pés e disse-lhe com carinho: - Muito obrigado! Agora já vou ter um tecto, uma cama e comida. Que Deus o proteja...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Uma "Intrusa" na minha casa

Era eu ainda muito jovem, o meu pai conheceu uma estranha, recém-chegada à nossa pequena vila. Vila Boim - Elvas.
Desde o início, o meu pai ficou fascinado com esta encantadora personagem e, de seguida, convidou-a a viver connosco.
A estranha aceitou e, desde então, esteve sempre connosco.
Enquanto crescia, nunca perguntei qual o papel daquela “intrusa” na família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.
A minha mãe ensinou-me o que era bom e o que era mau e o meu pai ensinou-me a obedecer.
Mas a “intrusa”, como eu lhe chamava, era a nossa conselheira.
Mantinha-nos enfeitiçados durante horas com aventuras, mistérios e comédias.
Ela tinha sempre respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.
Conhecia tudo do passado, do presente e até podia adivinhar o futuro!
Levou a minha família ao primeiro jogo de futebol.
Fazia-me rir e fazia-me chorar.
A “intrusa” nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
O meu pai tinha fortes convicções morais, mas a “intrusa” nunca se sentia obrigada a honrá-las.
As blasfémias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidas em casa, nem da nossa parte, nem dos nossos amigos ou de quem nos visitasse.
Entretanto, a nossa “intrusa” de longo prazo usava sem problemas a sua linguagem inapropriada  que às vezes queimava os meus ouvidos e que deixava os meus pais envergonhados.
O meu pai nunca me deu permissão para beber, mas a “intrusa” sugeria a tentá-lo e fazia-o de forma regular. Fez também com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo.
Falava livremente (talvez em demasia) sobre sexo. Os seus comentários eram às vezes evidentes, outros sugestivos e geralmente vergonhosos.
Agora sei que os meus conceitos sobre as relações humanas foram influenciados fortemente durante a minha adolescência pela “intrusa”.
Repetidas vezes a criticaram, mas ela nunca deu importância aos valores dos meus pais, mesmo assim, permaneceu em nossa casa.
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que a “intrusa” veio para a família. Desde então mudou muito e já não é tão fascinante como era no princípio.
Os meus pais faleceram mas a “intrusa” continua na minha casa sempre à espera que alguém queira escutar as suas conversas ou dedicar o seu tempo livre a fazer-lhe companhia.
O nome dela? Ah, é a Televisão. Sim, a “intrusa” é a televisão.
Agora tem um marido que se chama Computador, um filho que se chama Telemóvel e um neto de nome Tablet.
A “intrusa” agora tem uma família.
E a nossa família será que ainda existe?




domingo, 29 de janeiro de 2017

O tempo

O tempo é como um rio ao qual nunca tocamos na mesma água duas vezes, porque a água que passou não passará de novo.
Encontrem tempo para viver. Pode ser?


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Purinapakova: Um livro de leitura obrigatória.

Imaginem os meus amigos(as) que ficavam enclausurados durante 22 anos.
Esta rapariga entrou para um Convento muito nova com o objectivo de servir a Deus como freira. Opções de vida...
O que não esperava era das atrocidades físicas e psíquicas que viria a sofrer durante todos esses anos.
Um caso real aliado a um pouco de ficção da minha parte, que não dispenso de recomendar a sua leitura.
Se porventura não ainda não o leu, não perca tempo!
Poderei enviá-lo autografado para a sua casa, se assim o entender...

Basta enviar email para: manetaalhinho@gmail.com