sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Hei-de mandar em mim.

 

“Hei-de mandar em mim”, mentia-me nessa altura sem me aperceber.

Também cresci em anos, percebendo que, afinal, mandamos muito pouco em nós, que a barba é uma chatice e que a realidade é a soma de tudo, com demasiados pingos de nada.

Mas, o mais espantoso segredo da minha vida, é que, afinal, contra todas as expectativas e a lógica da coisa, não cresci, percebi apenas que estiquei em altura, encolhi em rugas, levei com o mundo inteiro pela cabeça abaixo e continuo a aguardar ansiosamente em ser adulto.




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