Cheguei ao fim do caminho
As mãos cheias de nada
Os pés carregados de espinhos
A pele por demais enrugada.
As forças fugiram de mim
Ao meu encontro, as saudades
Neste mundo de cão
Invento pedaços de chão
Invento novas verdades.
Olho para dentro de mim
Vejo-me triste, moribundo
Sinto-me tão perto do fim
Sinto-me tão perto do fundo.
O meu olhar procura um outro olhar
E todos passam ao meu lado sem me ver
Já não tenho mais com quem falar
Os dias passam tão devagar
Eu já morri antes de morrer.
Sou velho, estou velho
Mas o meu coração ainda bate no peito
A vida passou de fugida
Eu já entorno a comida
Mas ocupo o meu lugar, por direito.
Sou velho, estou velho.
Não sou pedra, não sou muro
Sou apenas o futuro
Sou apenas: O vosso espelho.
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