domingo, 16 de junho de 2013
Nelia - Praia (Music Video Official)
Foi com enorme prazer que trabalhei em dois temas desta cantora luso-americana Nélia. Humilde e muito séria. Assim, vale a pena...
sábado, 15 de junho de 2013
Das vacas gordas às esqueléticas...
O nosso admirável mundo sempre foi pleno de contradições e assimetrias.
Caracteristicas essas que têm sido consideradas como bases em que assentam os mais relevantes e violentos conflitos que atravessam tempos e latitudes. Daí que o desenvolvimento civilizacional em que alinhámos a partir de uma fase a que passámos a chamar Modernidade se tenha voltado para ideias promotoras de valores conducentes ao seu esbatimento.
Essas ideias, que têm sofrido transformações e ajustamentos e não as traves-mestres da nossa organização social, mais coisa menos coisa, vão no sentido de valorizar o significado da vida e dignidades humanas.
Mesmo que depois demos conta que implementar essas ideias consensuais nas práticas quotidianas seja uma tarefa nunca acabada, o facto é que as passamos de geração em geração como boas e a maioria de nós, pelo menos de vez em quando, aflige-se de forma consequente com as contradições e assimetrias que fazem de uns seres humanos filhos e de outros enteados.
Em época assumidamente de vacas magras, talvez já esqueléticas, aparece, no entanto, um discurso estapafúrdio sobre a crise.
Alguns defendem que a crise não existe, porque as praias estão cheias, os festivais de Verão também, os iPhone e outros derivados vendem como se fossem precisos e toda a gente está na rua a passear como se não houvesse razões de preocupação.
A acrescentar aos argumentos, ainda se pode invocar as casas caras e os carros potentes que se continuam a vender bem e, já agora, as lojas cheias nos saldos, os centros comerciais sempre a crescer, os restaurantes e os espectáculos que vão tendo público.
Isto para não falar nos ordenados dos gestores públicos ou dos futebolistas, de uma ou outra festa de arromba ou das viagens que algumas pessoas populares fazem nas férias.
Por qualquer extraordinária razão, agarra-se nas sitauações que exemplificam o excepcional ou o estouvado para generalizar e não concluir o óbvio: que hoje como sempre continuam a existir de forma acentuada contradições e assimetrias.
Caracteristicas essas que têm sido consideradas como bases em que assentam os mais relevantes e violentos conflitos que atravessam tempos e latitudes. Daí que o desenvolvimento civilizacional em que alinhámos a partir de uma fase a que passámos a chamar Modernidade se tenha voltado para ideias promotoras de valores conducentes ao seu esbatimento.
Essas ideias, que têm sofrido transformações e ajustamentos e não as traves-mestres da nossa organização social, mais coisa menos coisa, vão no sentido de valorizar o significado da vida e dignidades humanas.
Mesmo que depois demos conta que implementar essas ideias consensuais nas práticas quotidianas seja uma tarefa nunca acabada, o facto é que as passamos de geração em geração como boas e a maioria de nós, pelo menos de vez em quando, aflige-se de forma consequente com as contradições e assimetrias que fazem de uns seres humanos filhos e de outros enteados.
Em época assumidamente de vacas magras, talvez já esqueléticas, aparece, no entanto, um discurso estapafúrdio sobre a crise.
Alguns defendem que a crise não existe, porque as praias estão cheias, os festivais de Verão também, os iPhone e outros derivados vendem como se fossem precisos e toda a gente está na rua a passear como se não houvesse razões de preocupação.
A acrescentar aos argumentos, ainda se pode invocar as casas caras e os carros potentes que se continuam a vender bem e, já agora, as lojas cheias nos saldos, os centros comerciais sempre a crescer, os restaurantes e os espectáculos que vão tendo público.
Isto para não falar nos ordenados dos gestores públicos ou dos futebolistas, de uma ou outra festa de arromba ou das viagens que algumas pessoas populares fazem nas férias.
Por qualquer extraordinária razão, agarra-se nas sitauações que exemplificam o excepcional ou o estouvado para generalizar e não concluir o óbvio: que hoje como sempre continuam a existir de forma acentuada contradições e assimetrias.
sábado, 8 de junho de 2013
Ritmo do amor
É isto que e o povo gosta? Então, aqui vai...
Ao ritmo do amor.
Uma pequena falha na entrada para o instrumental não desvaloriza o trabalho de um verdadeiro artista.
Podia ter-se repetido, mas o ZAGA entendeu que a originalidade marca pontos.
É como o algodão...Não engana!
Ao ritmo do amor.
Uma pequena falha na entrada para o instrumental não desvaloriza o trabalho de um verdadeiro artista.
É como o algodão...Não engana!
Desorganizados, Trapalhões e Desarrumados
A organização, seja do que for, é um permanente esforço de luta contra o caos. Nessa medida, é também, de um ponto de vista colectivo e global, o garante da existência das sociedades humanas com as suas múltiplas e diversas culturas e civilizações.
De um ponto de vista mais individualizado, sabemos todos que a nossa própria organização - das ideias em primeiro lugar, e depois das tarefas, das rotinas, das prioridades, dos afectos, dos espaços, dos objectos - é, se não uma condição de sobrevivência, pelo menos um instrumento poderoso da gestão de uma vida que se quer de alguma qualidade.
Enquanto povo, temos fama e proveito de sermos desorganizados. Se somos do mais eficaz que se pode encontrar em situações de crise e de ruptura, se nos desenvencilhamos como ninguém em situações muito difíceis ou problemáticas, se quando tudo está perdido conseguimos descobrir a luz ao fundo do túnel, parece que no quotidiano somos trapalhões, dessarrumados, confundindo de forma sistemática e descarada a nuvem com Juno.
Como entretanto a vida não é um filme de acção, daqueles em que o relógio ou a ampulheta aparecem a assinalar o escoar de um tempo limitado, em que a situação ou mesmo o mundo é salvo no último minuto, temos dificuldades sérias em parecermos, e sermos, pessoas descontraídas que sabem o que têm a fazer, e o fazem, sem excessivos sobressaltos nem necessidade de rasgos espectaculares.
Porque a vida não tem que ser, nem deve ser, uma luta contra moinhos de vento, fica deslocado o clima de combate, resistência, guerrilha urbana e o mais que se verifica a propósito de tudo e nada.
Na actual circunstância, em que um conjunto de mudanças tem que ser feito de forma a adequar estruturas poeirentas e rançosas a realidades excessivamente lubrificadas, o que emerge, o que põe toda a gente à beira de um ataque de nervos, é a óbvia desorganização.
O diz-que-diz, o anda-para-a-frente e depois-para-trás ou para-o-lado, o embandeirar-em-arco com coisas miúdas, o tentar controlar através de procedimentos que enfermam dos mesmos defeitos do que se tenta mudar, resultam como se vê: mal.
Nota: Esta crónica não se está em concordância com o Novo Acordo Ortográfico por vontade expressa do seu autor.
Joaquim Maneta Alhinho
De um ponto de vista mais individualizado, sabemos todos que a nossa própria organização - das ideias em primeiro lugar, e depois das tarefas, das rotinas, das prioridades, dos afectos, dos espaços, dos objectos - é, se não uma condição de sobrevivência, pelo menos um instrumento poderoso da gestão de uma vida que se quer de alguma qualidade.
Enquanto povo, temos fama e proveito de sermos desorganizados. Se somos do mais eficaz que se pode encontrar em situações de crise e de ruptura, se nos desenvencilhamos como ninguém em situações muito difíceis ou problemáticas, se quando tudo está perdido conseguimos descobrir a luz ao fundo do túnel, parece que no quotidiano somos trapalhões, dessarrumados, confundindo de forma sistemática e descarada a nuvem com Juno.
Como entretanto a vida não é um filme de acção, daqueles em que o relógio ou a ampulheta aparecem a assinalar o escoar de um tempo limitado, em que a situação ou mesmo o mundo é salvo no último minuto, temos dificuldades sérias em parecermos, e sermos, pessoas descontraídas que sabem o que têm a fazer, e o fazem, sem excessivos sobressaltos nem necessidade de rasgos espectaculares.
Porque a vida não tem que ser, nem deve ser, uma luta contra moinhos de vento, fica deslocado o clima de combate, resistência, guerrilha urbana e o mais que se verifica a propósito de tudo e nada.
Na actual circunstância, em que um conjunto de mudanças tem que ser feito de forma a adequar estruturas poeirentas e rançosas a realidades excessivamente lubrificadas, o que emerge, o que põe toda a gente à beira de um ataque de nervos, é a óbvia desorganização.
O diz-que-diz, o anda-para-a-frente e depois-para-trás ou para-o-lado, o embandeirar-em-arco com coisas miúdas, o tentar controlar através de procedimentos que enfermam dos mesmos defeitos do que se tenta mudar, resultam como se vê: mal.
Nota: Esta crónica não se está em concordância com o Novo Acordo Ortográfico por vontade expressa do seu autor.
Joaquim Maneta Alhinho
sábado, 1 de junho de 2013
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