Antes perdíamos os filhos nas praias, nos bares, hoje
perdemo-los dentro do quarto!
Quando brincavam na rua ou nos quintais ouvíamos as suas
vozes, escutávamos as suas fantasias e ao ouvi-los, mesmo à distância, sabíamos
o que se passava nas suas mentes.
Quando entravam em casa não existia uma TV em cada quarto,
nem dispositivos electrónicos nas suas mãos.
Hoje, não escutamos as suas vozes, não ouvimos os seus
pensamentos nem as suas fantasias, as crianças estão ali, dentro dos seus
quartos e, por isso, pensamos estarem em segurança.
Quanta imaturidade a nossa‼️
Agora ficam com os auscultadores nos ouvidos, trancados nos
seus mundos, construindo personagens ilusórias, sem que saibamos por onde
navegam.
Perdem literalmente a vida, ainda vivos em corpos, mas mortos
nos relacionamentos com os pais, com os irmãos e até com os amigos, fechados
num mundo global de tanta informação e estímulos, de modismos passageiros, que
em nada contribuem para a formação das crianças seguras e fortes, sem decisões
moralmente corretas, nem de acordo com os princípios éticos e valores
familiares.
Dentro dos seus quartos perdemos os filhos, pois não sabem
mais quem são, porque já estão “mortos” da sua identidade. Tornam-se uma
mistura de tudo aquilo, pelo qual eles têm sido influenciados.
São inúmeras as famílias doentes, com os filhos “mortos”
dentro de quatro paredes.